Olá gente! Vamos direto ao assunto!
A narração em terceira pessoa relata as ações da história utilizando-se de pronomes em terceira pessoa: ele(s) ou ela(s).
Basicamente são três tipos: limitado também chamado de subjetivo, onisciente e objetivo. Neste post aprofundaremos nosso conhecimento dos primeiros dois e explicarei o último em um futuro post.
Lá vamos nós:
Terceira Pessoa Limitada
Nesse PDV, o narrador relata os pensamentos de um só personagem (ou grupo de personagens) tendo conhecimento dos pensamentos e sentimentos de quem ele está sendo narrando na cena.
Nessa narrativa o narrador normalmente é um obresvador não-participante dos fatos representados (Referencia de Oxford). Em outras palavras, o narrador existe, observa e reporta os eventos principais da história.
Diferentimente da terceira pessoa onisciente a terceira pessoa limitada é um participante ativo na história. Apesar dos pronomes usados serem os mesmos do PDV onisciente, o narrador somente tem conhecimento sobre o que uma pessoa (ou grupo) sabe, pensa ou sente. Como Ursula K. Le Guin diz em seu manual de escrita, Steering the Craft (1998), com referindo-se ao PDV:
Somente o que o personagem em questão sabe, sente, persebe, pensa, advinha, espera, lembra, etc., é o que pode ser contado. O leitor pode assumir o que os outros personagens sentem e pensam através de como o PDV do personagem que está sendo narrado os observa.
Mas, o que que essa narrativa trás para o meu texto? Veja abaixo algumas vantagens:
1. Mostrar os sentimentos dos personagens. Esse PDV é ótimo para mostrar o impacto das ações que outros personagens tem sobre o personagem narrado. E os sentimentos e pensamentros dos outros personagens? Eles existem baseados na capacidade do personagem narrado de observar e sentir.
Exemplo: Alex caminhava só, pela 5th Street em Nova York na véspera de natal. Será que percebiam sua dor? Estava estampado em seu rosto a falta que ela fazia em sua vida mas, ninguém se incomodava.
2. Trazer mistério para narração. É bem comum encontrar essa narração em suspense e mistérios, por que o ponto de vista limitado deixa o leitor com a pulga atrás da orelha com relação a todos os personagens ao redor.
O coração de Eliote batia forte, quando encontrou seu pai morto no chão de sua sala, mas não chorou. Quem poderia ter feito isso? Não que ele não merecesse, pois espancava sua mãe por motivo nenhum, quase todos os dias.
3. Mostrar as suposições erradas do personagem narrado. Se você narra somente o que este personagem pensa, sente e vê, porque suposições não podem ser uma delas? E quem disse que toda vez que supomos algo, estamos certos?
Só pode ter sido a mãe de Eliote para cometer tal crime. Eliote em uma mistura de compreenção e luto questionou sua mãe por que ela o matou:
– Estou tão surpresa quanto você. – ela respondeu. Porém, isso não respondeu sua inquietação.
4. Criar contraste entre a narração de cada personagem. Você pode alternar o personagem narrado de cena para cena. O benefício disso é poder mostrar os sentimentos e suposições de não apenas um personagem mas, também das que estão à sua volta, aumentando o mistério, intrigas e supocições errôneas de um para com o outro.
Natalia abriu a porta de sua manção e buscava pelo seu amante mas, o encontrou imóvel próximo à lareira de sua vasta sala e seu marido, sobre ele com mãos ensanguentadas. Ele sabia e sou a próxima, pensou com os olhos arregalados e correu para seu quarto.
Nesse exemplo de cima o leitor pode chegar a conclusão de que o marido foi quem matou o amante de Natalia por ciumes. Até que a narração de seu marido começa:
Ele fez o que pode para ajudar o jovem de cabelos rubros a sua frente. Quando chegou em casa, um pouco antes de se encontrar nessa situação, ouviu um grito vindo da sala e correu para lá, e encontrou o tratador de seus cavalos no chão.
Ele chegou mais perto para ver se podia o ajudar mas, as facadas eram profundas e o sangue era vasto.
– Cuide… cuide de… – o jovem tentava falar, mas engasgou com sangue, – cuide dela… – e exalou sua morte.
Cuidar de quem? De quem estava falando? Foi quando percebeu sua esposa chocada o olhando por um breve momento antes de subir correndo para o andar de cima. Será que era dela de quem o jovem falava?
Nossa me inspirei! Daria um bom livro! Quem sabe um dia.
Nesse trecho ficou a pergunta: se não foi o marido, quem matou o jovem amante? Com qual intuito? Como ficará a relação do casal após essa morte?
Deu pra entender né. Vira uma confusão só (eu adoro confusões assim) e cabe ao leitor se perguntar e criar as questões a serem respondidas.
Terceira Pessoa Onisciente
Nesse ponto de vista, o narrador é conhecedor dos pensamentos e sentimentos de todos os personagens na história e permite com que você mova com liberdade através do tempo e espaço, providencia mais informação em um período de tempo bem menor e, também, tem a capacidade de mostrar os pensamentos de multiplos persoangens dentro de uma mesma cena.
As vantagens de se escrever em terceira pessoa onisciente são vastas, mas se você olhar nas novelas e ficções escritas a partir do seculo 20, a maioria são em terceira pessoa limitada. Por que isso?
A razão é que a narração em terceira pessoa onisciente é uma das mais difíceis de se aperfeiçoar e de se escrever. Tem muita coisa que poderia dar errado.
Primeiramente, novos escritores confundem onisciente com Head-Hopping (expliquei um pouco sobre essa técnica na resenha do livro Destinos Traçados). Isso acontece, porque o escritor quer mostrar o que cada personagem esta pensando dentro de uma mesma cena simplesmente escrevendo tudo como se fosse terceira pessoa multipla ao invés do PDV onisciente. E aí vira uma bola de neve com perspectivas todas misturadas. O problema é a confusão que gera no leitor ao se deparar com tanta informação a respeito de tantos personagens dentro de uma mesma cena.
Segundo, muitos não conseguem diferenciar entre perspectiva objetiva e subjetiva (limitada), e como usá-los como vantagem. (estarei explicando a diferença entre eles num futuro post!)
E terceiro, às vezes a terceira pessoa onisciente, é indistinguível da limitada (ou multipla), o que pode gerar mais confusão.
Vantagens
- O narrador é o deus da história. Permitindo com que o leitor tenha conhecimento de tudo o que esta aconetendo na cena.
- O narrador não esta limitado a um só personagem por cena.
- O escritor pode providenciar informações de forma mais natural.
- A transição de uma cena calma para uma de ação é mais suave.
Desvantagens
- Acaba se distanciando dos personagens, já que a tática tem naturaza apresentacional.
- É mais difícil transmitir sentimentos para o leitor.
- A história tende a ser mais contada do que mostrada, que pode gerar uma história com info-dump (é quando muita informação é despejada na história de uma só vez), se você não tomar cuidado. (para saber mais sobre a diferença entre contar e mostrar clique aqui)
- Por causa de um narrador sabedor de tudo a tensão na história pode ser disipada possivelmente resultando numa história com pouca emoção.
Semana que vem!
Vamos tentar encontrar um pouco de motivação com frases dos melhores escritores até hoje! Tenho frases para cada processo da escrita!
Até lá e…
Escreva Feliz!!
2 comentários em “PDV em Terceira Pessoa”