Olá escritores!
Com um pouquinho de pesquisa e prática essas duas palavras podem se tornar seu maior aliado em construção de universo.
Separe no seu diário uma pasta para o armazenamento de imagens e descrições que possam servir como guia para a criação de uma língua bombástica e objetos intrigantes. Busque por imagens de objetos na internet, semelhantes aos que você quer descrever, quando não tiver a oportunidade de ter algo semelhante em mãos. Guarde pesquisas de alguma língua que pretende usar como base de criação para a língua/dialeto que quer criar e tudo mais referente ao assunto.
Ir a museus para fotografar objetos interessantes, pode ser uma boa idéia para buscar inspiração, sem contar que é um passeio muito bom. Ou ver filmes em outras línguas com o intuito de te ajudar a criar uma lista de palavras que te agradam e que não agradam.
Qual é o benefício de uma língua única?
- Mantém o leitor intrigado e focado para entendê-la.
- O leitor busca informações para entender de onde você tirou aquela língua. Qual a sua raiz.
- Você suberge o leitor mais profundamente dentro da realidade que você criou.
- Sua história se torna mais original.
Aqui vão algumas dicas de como criar uma língua para a sua história:
- Escolha uma língua base. E separe os sons que te for mais agradável. Ou escolha duas e junte-as. O benefício de usar uma língua raíz (ou duas, como eu fiz) como base é dar ao leitor a oportunidade de reconhecer a fonética usada. A língua não deve somente existir na sua história ela deve multitarefar. Mostrar que o mundo que você criou é real e completo e de que os persoangens tem a habilidade de fazer escolhas por si próprios.
- Crie uma palavra e depois incremente. Use o som que a palavra tem para acrecentar um conjunto de vogais, consoantes ou adicione acentos. Por exemplo, usando o português como base, a palavra cachorro quente pode se tornar: kaxóhrrokent ou kaksóhrkent. E pronto uma palavra nasceu. Lembre-se de que nem toooda palavra tem que ter conjunto de vogais ou consoantes, mas tem que soar bem juntas, pertencer uma ao outra como se a palavra fosse de verdade.
- Busque inspiração que te agrade. Crie uma lista de palavras das quais você gosta foneticamente e a partir dessa lista crie palavras novas. Nem todo mundo terá a mesma lista de palavras, e talvez nem todo mundo goste da sua lista, mas what the hell? Não escrevemos pra agradar a todos. Voltando ao assunto. O que mais te agrada nas palavras que escolheu? É como a palavra soa na primeira sílaba? Ou na última? Guarde esse pedaço e mude o resto. Lembre-se de que é um processo extenso até achar a palavra da qual gosta mesmo, então continue praticando. Exemplo: eu gosto da palavra inocente. Eu simplesmente gosto do começo da palavra inoc- então apartir daí posso meio que fazer um brainstorm: inocruss (não gostei muito), inocronus (huum… essa palavra me lembra de outra, isso é muito comum de acontecer), inoctanus (naaaahh, gostei não), ínoclorus (gostei dessa, agora agente incrementa com mais letras), íhnokloruús. (ta aí! Criei outra palavra!) Você pode fazer esse mesmo processo com palavras das quais você não gosta também para, sei lá, pra dar o nome de um personagem vilão do qual você não goste.
- Não se pegue preso a detalhes. Pesquisa é sua maior aliada, mas nesse caso, guarde-a na gaveta por um tempo. Porque? Você poderá perder muito tempo criando uma língua para seu leitor, as vezes, só passar o olho por cima das frases cabulosas que você criou (sim eu sei, vai contra o propósito de criar uma língua nova, mas pense…), por que ela quer na verdade saber o que vai acontecer depois. Ela não leu sua frase direito, mas você deixou claro que tipo de universo criou. Tem o caso também de você perder horas e horas a fio no processo de criação de uma língua, onde você poderia estar gastando com escrevendo sua história. E essa dica é para aliviar o estresse de você ter que criar uma língua totalmente perfeita, por que na realidade nem todo mundo vai se importar se tem um U a mais ou um acento a mais na palavra ou ficar analisando quantas sílabas tem na palavra que você criou. Por isso o último ponto:
- Crie uma língua que se pareça com você. E que você goste de ler, nem que só você entenda, e deixe os outros pra adivinhar. Nem todo mundo vai gostar da língua que criou, mas não tem problema, o que importa é que você achou o máximo e cabe dentro da sua história.
Na língua que eu criei decidi usar três línguas base: (1) Enochian a língua (supostamente) dos Anjos, (2) Adamic, a primeira língua do homem (supostamente) e (3) hebraico. Criei a grafia e o som das letras para se assemelharem com o Hebraico, mas parecer algo nunca visto antes nem por Anjos (ou melhor dizendo, Nefilins que estão na minha obra). Eu acho que vai trazer o universo que criei para nossa realidade. Tenho os desenhos das letras todo em papel e mais pra frente vou tentar mostrar os desenhos para vocês!
Veja onde eu estou sentada agora: dentro do meu closet (meu escritório official) olhando para as pratileiras cheias de cabide com roupas. Consigo ver uma camisa listrada de cor lilas, manga longa e com botões na frente. Essa camisa é do meu marido e ele fica lindo vestido nela, por isso sempre lembro dele quando olho para a camisa. O cheiro de perfume de homem embriagante que ela exala. Do meu lado esquerdo tem o armariozinho da minha pequena, com todos os seus vestidos organizados por tamanho (quando eu consigo) e cor, e abaixo tem gavetinhas com todos os seus laços para o cabelo. Uns com gliter, outros de renda, mas um em especial que ganhei foi feito à mão e que ganhei dos meus sogros na primeira visita deles no Texas. Já não serve mas nela, mas guardo de recordação com muito carinho.
Viu como eu descrevi meu guarda roupa, vulgo, escritório? Quando for descrever um objeto tenha em mente essas perguntas:
- Qual a aparência do objeto? Cor, textura, detalhes, tamanho, material…
- Quais sentidos são aguçados pelo objeto? E de qual forma? Usar os sentidos para descrever objetos pode ser uma tática boa para dar o objeto nas mãos do seu leitor, mas este como uma cena, se houver muuuiitos detalhes pequenininhos pode ser que você entedie seu leitor. Qual é o som que emitido se você joga esse objeto na parede? Qual é o cheiro da caixa de tesouro quando encontrada debaixo do assoalho?
- Qual é o seu valor? Esse objeto tem algum valor sentimental? Ou material? Uma caixinha de jóias comprado na loja de um e noventa e nove, pode ser usado para guardar algo de extrema valia, aumentando assim o valor de ter a caixinha.
- Quem é o dono do objeto? Descreva quem é que possui esse objeto e aprofunde-o quando em contato com diferentes objetos. Em Senhor dos Anéis, o Smeagol trata o anél de uma forma totalmente diferente de Frodo, por exemplo. Se foque em desenvolver esse personagem em volta do objeto.
- Qual é o seu propósito no enredo? Objetos as vezes funcionam como pessoas. Precisam de um propósito para estarem onde estão. Então, qual a história desse objeto? Onde estava quando foi encontrado? Será que esse objeto foi usado com o propósito de salvar a vida de um amado no meio de um assalto? Em Harry Potter existem varios objetos assim. Por exemplo, as reliquias da morte.
- Quem quer esse objeto? Talvez essa questão faça parte de um trecho importante de sua história. Descreva o por que esse personagem deseja tanto esse objeto.
- O que está no futuro do objeto? O que seu personagem pretende fazer com ele? Será que esse objeto é a chave para o apocalipse? Ou o que acontece se caso esse objeto é destruido?
- O que simboliza para a história ou personagem? Pare para escrever o que esse objeto pode significar para seu enredo. Será esse objeto um símbolo de bravura, ou de medo?
Lembre-se que o processo de edição requerirá cortar várias dessas respostas fora, devido a sua extenção dentro de uma cena, mas mesmo assim servirá como um guia para você não se perder.
Um objeto bem descrito traz peso e sentido para a história. Se você tem algum objeto que será importante para o enredo lembre-se de mencioná-lo cedo, mesmo que você não o tenha em mãos ainda, para o seu leitor saber o que esperar no futuro e se familiarizar com a história. Isso vale para língua e símbolos também, mencione-os ao decorrer da obra para ensinar seu leitor a entender a língua (ou pelo menos palavras chaves) e crie oportunidade para seu leitor voltar um pouco na história, recapitular o que aquilo significava mesmo (eu adoro livros assim).
Semana que Vem!
Esse é o momento em que todos esperavam: vamos falar de como criar seu primeiro esboço do livro! Yaaaaaayyyy!!!!
Escreva feliz!